Blog do Valmir Guedes - Laguna
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
sábado, 23 de dezembro de 2017
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Parabéns dra. Fernanda
Colou Grau em
Medicina na sexta-feira da semana passada (15), a lagunense Fernanda Tasso Borges
Fernandes, filha de Angelita Tasso Borges Fernandes e Fernando (Mego) Lopes Fernandes.
A bela solenidade
aconteceu no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa
Catarina – UFSC, antecedida na noite anterior de um Culto Ecumênico na Paróquia
Militar Cristo Rei.
Convidados, lá
estivemos prestigiando os concorridos eventos.
Temos certeza
que essa conquista da, agora, dra. Fernanda vai lhe impulsionar a buscar sempre novos
horizontes, com um futuro luminoso na carreira de médica.
Foi seu
talento, força de vontade e persistência que lhe trouxeram até aqui.
Parabéns Fernanda, extensivo a todos os seus familiares.
PM de folga socorre homem com sinais de infarto
No fim da tarde desta terça-feira, 19, o soldado do 28º Batalhão
de Polícia Militar, Carlos Alberto de Oliveira Miró, caminhando pelo Centro
Histórico da Laguna percebeu que um homem dentro de uma casa estava com a mão
no peito e tentando ficar de pé.
![]() |
O PM Carlos Alberto de Oliveira Miró. |
Prontamente, o militar entrou na
residência e constatou que o homem estava tentando pedir socorro, mas sua voz
não saía devido à falta de ar e dores no peito. Foi acionado o veículo de
emergência do Corpo de Bombeiros Militar, que no momento estava em outro
atendimento.
Diante da gravidade, o soldado tomou a
decisão de levar o homem com o seu carro ao Hospital da Laguna, onde foram
prestados os primeiros atendimentos pela equipe médica e transferido o paciente
ao município de Tubarão.
Segundo informações dos familiares, o homem ainda se encontra na
Unidade de Terapia intensiva (UTI) e o estado clínico do paciente é estável.
Fonte: PMSC
PS: O homem referido na matéria trata-se do radialista e jornalista Paulo Sérgio Silva, proprietário do jornal O Correio e morador na rua Voluntário Fermiano. Paulo Sérgio recupera-se em hospital de Tubarão, e a quem enviamos desejos de pronta recuperação.
PS: O homem referido na matéria trata-se do radialista e jornalista Paulo Sérgio Silva, proprietário do jornal O Correio e morador na rua Voluntário Fermiano. Paulo Sérgio recupera-se em hospital de Tubarão, e a quem enviamos desejos de pronta recuperação.
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Cartola - Preciso me encontrar
Sinceramente...
ouvir um clássico desses lava a alma de qualquer um. E a introdução do Fagote
tocado por Airton Barbosa, acompanhado do violão 7 cordas pelo Dino e a voz de Cartola é magistral.
Comparem. Nos dias
atuais regredimos também na música? Sem dúvida!
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Reunião com vice-governador discutiu situação do Hospital
Em reunião na tarde
desta segunda-feira (18) com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, prefeito
Mauro Candemil juntamente com a secretária de Saúde e parte da assessoria jurídica
do governo municipal trataram sobre a situação atual do Hospital de Caridade
Senhor Bom Jesus dos Passos.
Após conversa com o
governador Raimundo Colombo, o vice-governador informou que deverá trazer uma
solução para este assunto até o dia 29 de dezembro.
Na reunião ficou definido que após o recesso, no dia 8 de
janeiro, o Secretário do Estado de Saúde, Vicente Caropreso disponibilizará uma
supervisão de gestão para uma auditoria e potencialização do Hospital.
A secretária de Saúde, Valéria Oliver ficou
incumbida de se reunir com a direção do Hospital e anunciar quais medidas
deverão ser tomadas.
Fonte: PML
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Obras se arrastam há anos na Laguna
As obras de requalificação e cabeamento
subterrâneo em algumas ruas do centro da Laguna se arrastam há anos.
As intervenções do
projeto, dentro do PAC das Cidades Históricas, abrangem a revitalização e o cabeamento
no Largo do Rosário, ruas Raulino Horn, Jerônimo Coelho, 15 de Novembro e entorno
da praça da matriz, onde estão previstas a retirada dos postes de iluminação, migração
da rede de energia antiga para a nova e a instalação nas edificações.
Serão aproximadamente
15 mil metros de cabos de baixa tensão que serão colocados. (Ainda não o
foram?)
Ordem de Serviço foi
assinada em agosto de 2014
Foi em 19 de
agosto de 2014, na gestão do ex-prefeito Everaldo dos Santos, que a Ordem de Serviço
foi assinada, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento para as Cidades
Históricas-PAC. As obras iniciaram em 6 de abril de 2015, no valor de R$
8.017.342,40.
De lá para cá várias
pendências e etapas não foram finalizadas. Entre elas a principal que é o cabeamento
subterrâneo.
Também as grelhas de ferro das calhas pluviais ao longo da praça não foram finalizadas e em grandes trechos
defronte as casas dos moradores e Museu Anita Garibaldi, tábuas quebradas servem de suporte (quebra-canela), onde o lixo se
acumula. Feio, muito feio.
Fiscalização
Em 10 de agosto
deste ano, já sob a gestão do prefeito Mauro Candemil, um contrato foi assinado
com uma empresa, a qual tem a responsabilidade de fiscalizar a obra
de cabeamento subterrâneo da área. O valor do contrato é de R$ 74.628,00.
Pois desde agosto passado nada mais se ouvir falar sobre o assunto. Não se
nota nenhuma movimentação ou alteração nos locais.
Já na placa da obra afixada na Praça República Juliana, o que mudou foi
o prazo (término) de sua entrega. Antes 31/12/2015 e agora alterado na placa para 08/02/2018, como se pode observar nas fotos.
Será cumprido? Ou as obras vão se arrastar ainda mais? Até quando?
Será cumprido? Ou as obras vão se arrastar ainda mais? Até quando?
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
Quem puxa o tapete?
A história mostra - é só estudar um pouco - que os primeiros
a derrubarem um político são os que lhe rodeiam no presente ou lhe rodeavam há
pouco, no passado.
Entre esses alguns que até frequentam sua casa, e alguns de
seus amigos (ou amigas) mais chegados. Mui amigos que às vezes
elogiam costumeiramente pela frente e por trás...
Esses são o que sorrateiramente puxam o tapete do sujeito.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Prefeito não entregou chave da cidade para o Papai Noel
Um dos
assuntos mais comentados nas últimas horas nas redes sociais (e até na sessão de hoje da Câmara de vereadores) foi a não
participação do prefeito Mauro Candemil na chegada do Papai Noel ontem à noite
no centro histórico, marcando o início das festividades de Natal, evento promovido
pelo CDL/ACIL.
A rua Gustavo
Richard estava repleta, com centenas de pessoas, a maioria crianças com seus
pais, aguardando ansiosamente a chegada do bom velhinho.
Pontualmente
às 20 horas, o Papai Noel (Zé Mala) chegou encantando a todos com sua alegria e
sendo muito aplaudido. Houve desfile e apresentação da Banda União dos Artistas
e Opus 4.
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Papai Noel, nosso querido José Alves Fernandes - Zé Mala. Foto: Elvis Palma |
Por tradição,
são dois os momentos em que o primeiro mandatário do município entrega
simbolicamente a chave da cidade: no carnaval, ao Rei Momo; e no Natal, ao
Papai Noel.
A chave da
cidade ficou abandonada num canto sobre o piso do palco montado no local e foi
fotografada pelo atento Elvis Palma. Pra quem gosta de simbolismo, um prato cheio.
Não foi convidado
O prefeito
pelas redes sociais respondeu que o evento não era da prefeitura e que não compareceu
porque não foi convidado e que na sexta-feira trouxe pro "pré-natal" da Laguna o belo espetáculo gratuito Rock Camerata. A infraestrutura do show foi bancada pela municipalidade, afirmou o prefeito.
Vampiro torna-se Cidadão Lagunense
Foi aprovado na
sessão desta noite, por maioria, em única votação na Câmara de Vereadores da
Laguna, o Projeto de Decreto Legislativo nº 013/17, que concede título de cidadão
lagunense a Luiz Fernando Cardoso (Vampiro).
Na política, Cardoso iniciou em 2005 como
chefe de gabinete na Prefeitura Municipal de Criciúma. Entre 2006 e 2008, foi
presidente da Autarquia de Trânsito da cidade. Foi eleito vereador para o
mandato 2009/2012.
Foi Secretario de Estado do Desenvolvimento
Regional de Criciúma entre 2009 e 2014
Cardoso assumiu como deputado estadual em
2015, licenciando-se do mandato em 2017 para ocupar o cargo de Secretario de
Estado de Infraestrutura, na gestão Raimundo Colombo/Eduardo Moreira.
O Projeto que
concede o título é de autoria do vereador Kléber Roberto Lopes Rosa (PP).
Vereadores elegem nova mesa diretora para o biênio 2019/2020
Com 12 votos
favoráveis e uma abstenção, os parlamentares lagunenses elegeram a Mesa Diretora
para o biênio 2019/2020.
Eleitos para a
Mesa Diretora, biênio 2019/2020
Presidente: Cleosmar Fernandes –
PMDB (Reeleito)
Vice-presidente: Osmar Vieira –
PSDB
1° Secretário: Rodrigo Luz de
Moraes - PR
2° Secretário: Patrick Mattos de
Oliveira - PP
Projeto dos fogos foi rejeitado
O polêmico projeto
de Lei nº 032/17, da vereadora Nádia Tasso Lima (PMDB), que dispõe sobre a
proibição de fogos de artifícios e artefatos pirotécnicos com ruídos sonoros no
Município da Laguna, foi rejeitado por maioria na sessão da Câmara realizada na noite de
hoje.
O projeto já havia sido apresentado há alguns meses, mas devido à polêmica causada foi retirado de pauta pela autora.
Tão logo assumiu como suplente do vereador Antônio Laureano (licenciado), a vereadora Nádia reapresentou o projeto que entrou de última hora na pauta da sessão desta segunda-feira. Nem constava no release enviado à imprensa. Algum acordo político costurado e não cumprido?
O projeto já havia sido apresentado há alguns meses, mas devido à polêmica causada foi retirado de pauta pela autora.
Tão logo assumiu como suplente do vereador Antônio Laureano (licenciado), a vereadora Nádia reapresentou o projeto que entrou de última hora na pauta da sessão desta segunda-feira. Nem constava no release enviado à imprensa. Algum acordo político costurado e não cumprido?
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
O naufrágio do Vapor Pernambucana na Laguna em 1853. Um marinheiro salva 13 vidas
Era para ser mais uma tranquila viagem mensal,
partindo do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, em outubro de 1853.
Algumas horas depois do Vapor Pernambucana ter
partido da Barra do Rio Grande, o tempo virou bruscamente. A nossa conhecida
lestada atingiu a embarcação quase no meio da viagem, já no litoral
catarinense. Durante três dias e noites a embarcação balançou ao sabor das
ondas, totalmente fora de controle, sem qualquer visibilidade. Depois encalhou
e naufragou ao sul do Cabo de Santa Marta, na Vila da Laguna. Dezenas de
passageiros e tripulantes mortos. Entre os sobreviventes estava o marinheiro
Simão que, exímio nadador, salvou várias pessoas, inclusive cinco crianças. Pelo ato de coragem e
humanidade foi homenageado pelo Governo Imperial e Comércio do Rio de Janeiro.
Seis de
outubro de 1853. O Vapor Pernambucana deixa a barra do Rio Grande com destino
ao Rio de Janeiro. O navio traz, além da tripulação, muitos passageiros, num
total de 124 pessoas.
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Um navio a vapor em 1853. |
O vapor
Pernambucana já tinha história. Foi o segundo navio a ostentar esse nome na
Marinha do Brasil. Nos anos de 1848-49 foi fretado à Cia. Brasileira de
Paquetes a Vapor para transportar tropas da Bahia e do Rio de Janeiro para
Pernambuco, Província convulsionada pela chamada “Revolta Praieira”.
Em 1853 retornava
as suas viagens rotineiras e regulares no trajeto de cabotagem no trecho entre
o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com parada em Nossa Senhora do Desterro,
atual Florianópolis, para abastecimento.
A citada
empresa promovia a ligação marítima entre a corte, capital do Império (Rio de
Janeiro) e os portos do Norte e Sul do país. Era responsável também pela
distribuição da correspondência postal, peça fundamental na implementação das
decisões políticas da monarquia.
Havia
interesse, além do aspecto comercial, de integrar politicamente e
administrativamente as províncias do país.
Voltemos à viagem
O dia estava
nublado e o mar calmo, nada demonstrando o que estava por vir.
Já fora da
barra do porto de Rio Grande, alguns quilômetros ao norte, o tempo muda
repentinamente. Um forte vento Leste (a famosa lestada) passa a soprar, com um
forte temporal desabando em seguida.
O comandante da
embarcação, 1º tenente João da Silva Branco, sem maiores opções, dá ordens de
continuar a viagem.
Sem forças
para vencer as ondas e o vento o navio fica totalmente perdido, vencido pelas
forças da natureza.
Três dias e
noites depois, em 9, o vapor com suas máquinas esgotadas e já fazendo água, vai
dar à praia do Morro Grande ou Campo Bom, ao sul do Cabo de Santa Marta, na
Laguna (hoje Jaguaruna) onde encalha por volta das 11 da manhã.
Desespero
Era de
desesperar qualquer um. Três dias e noites ao mar, perdidos, sacolejados daqui
pra lá, sem avistar terra, já quase sem esperança de sobreviver, com a ameaça
de a qualquer momento a embarcação afundar.
Manoel Joaquim de Almeida Coelho, em sua “Memória Histórica da Província de Santa
Catarina”, editada e publicada em 1854, portanto no ano seguinte aos
acontecimentos, e reimpressa em 1877, narra sobre o acontecimento:
“A confusão, sempre natural nestes conflitos, e o
desejo da salvação da vida, animou quase toda a tripulação (com o respectivo
prático José Maria Olival) e muitos passageiros a se arrojarem ao mar, em
demanda da praia; mas ali, antes de chegarem, alguns foram vítimas desse
arrojo”.
O jornal Correio Catharinense, de 30 de novembro
de 1853, editado em Florianópolis, já que Laguna ainda não possuía imprensa à
época, descreve o desastre, certamente baseado em testemunhos de alguns dos
sobreviventes:
“No dia 8 pela tarde perorou o tempo e à noite o
navio lutava com um dos mais fortes temporais, daqueles que costumam cair nas
costas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O vento tinha a força de um tufão, o mar se tinha
tornado em altas montanhas, que pareciam cobertas de areia, e o vapor lutava com
a morte, levado pela caprichosa e terrível agitação das vagas.
Foi uma noite de cruéis angústias e ansiedades;
muitas vezes esteve o navio quase submergido e os pobres passageiros outras
tantas viram a morte. Tantas lutas tinham esgotado as forças do infeliz navio e
os mares haviam arrebatado seus dois escalares”.
Simão, o marinheiro herói que salvou 13 vidas
Entre os
marinheiros havia um de nome Simão, português, natural
da cidade de Cabo Verde, na África.
Saul Ulysséa,
numa crônica sobre naufrágios acontecidos na Laguna, publicada anos depois no
jornal O Albor, escreve sobre esse
personagem:
“Foi notável neste naufrágio, a coragem e destreza
de um preto, português, natural de Cabo Verde. Era um homem forte e exímio
nadador. Foi o primeiro a chegar a terra, onde descansou algum tempo, voltando
para bordo, de onde conduziu um cabo para terra. Apesar de fortíssimas ondas, os
passageiros e a tripulação admiravam a maneira como o nadador as vencia. Por
meio do cabo foram salvas muitas vidas”.
Já no segundo
dia, deram por falta de uma senhora com seus cinco filhos. Continuavam a bordo,
pedindo socorro. O navio já começava a desmanchar-se. Nosso herói Damião, sem
vacilar se atira ao mar e salva cada uma delas, trazendo-as a nado para terra.
Treze vidas ele salvou.
Já o jornal Correio Catharinense, assim descreve o
feito do marinheiro Simão:
“Treze vezes foi o marinheiro Simão de terra a
bordo, nadando, guiado pelo cabo, e de cada vez salvava uma vida; quando depois
de muitas viagens a força parecia abandoná-lo, parava um instante, deitava-se,
revolvia o corpo na areia e partia de novo. É mister atribuir este grande
esforço não só a coragem, como aos sentimentos de humanidade de que é dotado o
marinheiro Simão, e ele merece o duplo galardão de corajoso e de sensível:
estas duas qualidades reunidas em um só homem constituem um tipo raro e digno
de maior admiração”.
O dia seguinte
Os
sobreviventes foram abrigados provisoriamente na casa do inspetor de Campo Bom,
Jesuíno de Souza Machado, situada a uma légua da praia, onde receberam comida e
roupas e foram amparados pela esposa e duas filhas do inspetor.
“Na manhã seguinte (10), relata ainda o
Correio Catharinense, via-se pela praia restos do navio, o mastro já tinha caído e o meio do navio mergulhado até a
proa. Os naufragados estavam na casa do inspetor aguardando transporte para o
centro da Laguna. Para trás deixavam sepultados os cadáveres de seus infelizes
companheiros. Na Vila da Laguna foram recebidos como bons irmãos e carinho
possível.
A notícia do naufrágio chega às autoridades da
Laguna
A notícia do
naufrágio chegou às autoridades e à população da Laguna. Logo o subdelegado de
polícia José Antônio Fernandes Vianna, acompanhado dos cidadãos tenente-coronel
Jerônimo Coelho Netto, major Francisco de Souza Machado, capitão Custódio José
de Bessa, Domingos Custódio de Souza e o vigário da paróquia da Laguna
Francisco de Santa Isabel, mais uma força da Guarda Nacional, se apresentou no
local da tragédia, oferecendo ajuda.
Oitenta e duas
pessoas foram salvas e quarenta e duas morreram afogadas, rolando pelas areias
da praia.
Dos
sobreviventes, “menos de dez preferiram voltar por terra para o Sul”.
Setenta e dois
chegaram ao centro da Laguna no dia seguinte e foram abrigados em várias casas.
Logo foi feita uma subscrição entre os mais abastados da cidade.
Diz Coelho em
seus escritos:
“O importe da subscrição foi oferecido ao
comandante do navio e passageiros do vapor para o empregarem no que fosse
mister, porém eles recusaram aceitar quantia alguma, e somente aceitaram alguma
roupa e fazendas que com o mesmo importe se compraram e se lhes ofereceu”.
Os anfitriões lagunenses
“Receberam os tripulantes, famílias e passageiros
em suas casas o major Francisco de Souza Machado Cravo, capitão Custódio José
de Bessa, José Pacheco dos Reis, coronel Jerônimo Coelho neto, tenente-coronel
José Antônio Cabral e Mello, vigário Francisco de Santa Isabel, cirurgião
Moraes e delegado de polícia José Antônio Fernandes Vianna”.
O adeus e a carta de agradecimento pela
hospitalidade
Os naufragados
sobreviventes ficaram na Laguna até o dia 16 seguinte, quando, por problema de
calado em nossa barra, despediram-se e foram até Imbituba onde através de
transbordo em botes, tomaram o vapor Guapiaçu,
comandado pelo 1º tenente Theotônio Raymundo de Brito, em direção ao Rio de
Janeiro, com breve parada na Ilha de Santa Catarina (Nossa Senhora do Desterro).
Antes, deixaram
uma carta de agradecimento à hospitalidade dos lagunenses, que tão bem o
receberam num momento de grande infortúnio.
Eis o teor da
carta:
Agradecimento dos naufragados:
“Ilmos. Srs. João Pacheco dos Reis, dr. Moraes,
coronel Jerônimo Coelho Netto, tenentes-coronéis José Antônio Cabral e Mello,
Antônio José da Silva, comandante superior Domingos José da Silva, major
Francisco de Souza Machado Cravo, Antônio Joaquim Teixeira, capitães Custódio
José de Bessa, Luciano José da Silva, delegado José Antônio Fernandes Vianna,
vigário Francisco de Santa Isabel, José Dias Soares, Domingos Custódio de
Souza, João José de Souza, inspetor de Campo Bom Jesuíno de Souza Machado, e
mais senhores que involuntariamente deixamos de mencionar.
Os abaixo-assinados faltarão ao mais sagrado dos
seus deveres se ao deixarem a cidade da Laguna para continuarem a sua viagem
para o Rio de Janeiro, não manifestassem seu reconhecimento, e de todos os mais
seus companheiros d’infortúnio, pela proteção que, após do seu naufrágio, de vós
receberam: os cuidados e desvelos com que depois, como pais, lhes tendes
prodigalizado, suprindo-lhes tudo o que preciso lhes tem sido para suavizar sua
desgraçada sorte.
Aos abaixo assinados presentemente não lhes resta
outro meio senão este, de vos patentear sua eterna gratidão, reservando-se
para, em ocasião mais oportuna, fazer público vossas sublimes qualidades,
generosidade e filantropia com que a todos tratastes, e os inúmeros recursos
que lhes proporcionastes, a fim de nada lhes faltar e poderem esquecer sua
desgraça.
Agradecei, pois, senhores, em nome de todos os
naufragados do vapor Pernambucana, ao bom, generoso e hospitaleiro povo de
vossa Cidade a avidez com que à porfia nos encheram de obséquios; pedindo-vos
mui respeitosamente que aceiteis este nosso agradecimento que nada mais tem de
valor do que a expressão dos corações daqueles que tanto vos devem.
Para onde a sorte nos for favorável, levaremos
imortal lembrança de vós, e contas sempre com o nosso débil préstimo; por toda
a parte bendiremos e com saudades nos lembrarão vossos nomes, restando-nos
pedir ao Altíssimo pela vossa prosperidade, e que a vós e a vossas famílias
dilate a vida por muitos anos. Laguna, 16 de outubro de 1853”.
Nomes dos sobreviventes
Coelho não
traz os nomes de alguns dos sobreviventes que subscreveram a Carta. Mas pesquisando
novamente no jornal Correio Catharinense,
editado em Desterro (atual Florianópolis), edições de novembro daquele ano, que
trouxe reportagens sobre o fato, pude anotar alguns deles:
· Tenente-coronel
Carlos Resin e sua filha; um soldado e um criado;
·
1º
tenente da Armada, A.J. Crivello d’Ávilla;
·
Capitão
M.G.C. Barros, sua mulher e uma cunhada;
· José
Antônio de Calasam Rodrigues, sua mulher, 3 filhos, 2 escravos e 1 criado;
·
Dr.
Augusto Victorino Alves Sacramento;
·
Alferes
Arsênio J. de Souza;
·
Tenente
José Betbesé de Oliveira Neri;
·
Antônio
José de Freitas;
·
Damião
Francisco Martins de Moura, e um escravo;
·
Benjamin
Aveline, 1 filha e 1 escravo;
·
Capitão
José da Silva Pinheiro;
·
Felisardo
José Rodrigues;
·
Joaquim
José Mendes Pintado e 1 escravo;
·
Luiz
Vieira da Cunha e sra., com cinco filhos;
· Luiz
Correia de Mello, comandante do vapor; o mestre e o despenseiro;
· Criados
da câmara, Camilo e Francisco; e o 1º e 2º maquinistas (nomes não citados).
Total: 42 pessoas, das 72 que chegaram a Laguna.
Como se pode constatar,
na lista publicada no jornal com os nomes de alguns dos que se salvaram, além de não constar vários
nomes (fica-se nos genéricos: filhos, filhas, criados, escravos, maquinistas...),
não consta o nome de Simão, o herói que salvou 13 vidas. Pode estar incluído
como um dos tripulantes (mestre, despenseiro ou maquinista).
Quanto à
senhora e seus cinco filhos salvos pelo marinheiro Simão, obviamente é a esposa
de Luiz Vieira da Cunha (assinalado em negrito), como consta na relação, afinal é a única com essa
prole.
D. Pedro II (Brasil) e D. Pedro V (Portugal) homenageiam o marinheiro Simão
Chegando ao
Rio de Janeiro, o marinheiro Simão recebeu das mãos do imperador D. Pedro II,
medalha de distinção pelo feito do salvamento de vidas. O comércio do Rio de
Janeiro lhe fez uma dotação de dez contos de réis, uma excelente soma à época e
muitos daqueles que ele salvara lhe proporcionaram de presente outras quantias.
No Arquivo
Nacional de Portugal, graças à internet e edições fac-símile, encontrei dois documentos onde Rodrigo da Fonseca Magalhães, ministro do Reino, em 14 de
dezembro de 1853, em nome de El Rei (D. Pedro V), concedeu medalha de ouro ao
marinheiro e conterrâneo Simão, “Dando assim um testemunho público de grande
apreço em que tenho tão relevante serviço prestado à humanidade”.
Infelizmente,
mais dois documentos - e estes oficiais- que não citam o sobrenome do marinheiro Simão e maiores
pormenores de sua vida. Um personagem que sumiu nas páginas da história.
Quando os
sobreviventes se despediram da Laguna e de quem tão bem os acolheu naquele
momento de infortúnio, o Correio
Catharinense registrou o adeus, e caprichou nas tintas poéticas. Aproveito para terminar este texto que já se estendeu em demasia. Mas ainda bem que há quem goste dessas histórias:
“Na despedida da Laguna, bastantes lágrimas se
derramaram. Não eram estranhos que se despediam, eram pessoas a quem a
humanidade e a desgraça tinham nascido com os laços da gratidão e da piedade”.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Morador da Laguna ganhou R$ 1 milhão em sorteio
Colunista
Estela Benetti, do Diário Catarinense,
informa que um senhor de 86 anos, morador da Laguna, ganhou no último dia 2,
R$ 1 milhão no sorteio de título de capitalização Ourocap, do Banco do Brasil.
Muita gente perguntando quem será o
felizardo? O que você faria no lugar dele com essa bolada? Aos 86 anos...
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
Formigueiro - Ivan Lins
Trinta e poucos
anos depois e esta música de Ivan Lins com letra de Vitor Martins continua bem
atual. Gostei do arranjo, com direito a uma atualizada no final.
"Avisa ao formigueiro vem aí tamanduá...
Avisa ao formigueiro vem aí tamanduá...
Pra começo de conversa
Tão com grana e pouca pressa
Nego quebra a dentadura
Mas não larga a rapadura
Nego mama e se arruma
Se vicia e se acostuma..."
"Avisa ao formigueiro vem aí tamanduá...
Avisa ao formigueiro vem aí tamanduá...
Pra começo de conversa
Tão com grana e pouca pressa
Nego quebra a dentadura
Mas não larga a rapadura
Nego mama e se arruma
Se vicia e se acostuma..."
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